26 novembro 2009
Ouriço da Reserva ganha capa de livro no Paraná
O nosso ouriço-cacheiro ganhou a capa do Guia dos Mamíferos do Paraná, e o caxinguelê e uma bela capivara que fotografei nas margens do Rio Itajaí, em Blumenau, também entraram para o Guia.
Bruna Karla Rossaneis, uma das autoras do Guia, nos contactou no começo do ano, solicitando algumas fotos para ilustrar a sua tese que, junto com outros autores, acabou se transformando em Guia de Campo, editado pela Useb, famosa por publicar bons guias da fauna brasileira.
Diz o guia, sobre nosso famoso mamífero: Há uma ideia errônea de que os espinhos do ouriço-cacheiro são lançados contra o inimigo. Tais espinhos se fixam no agressor que tenta capturá-lo. Frequentemente, estes animais emitem um cheiro forte que permite localizá-los. Podem invadir áreas de cultivo atrás de alimento.
Mede de 31 a 41,5cm e pesa em torno de 1,2kg, sendo que a cauda mede de 23 a 41,5cm e é musculosa e preênsil. As patas têm quatro dedos com unhas fortes e curvas. As fêmeas possuem de dois a três pares de mamas abdominais.
Pouco se sabe sobre a reprodução, geralmente há uma cria por gestação, com recém-nascidos semelhantes aos adultos, porém com pelos macios. Nos filhotes, os espinhos aparecem por volta do sétimo dia. O macho constrói o ninho.
Herbívoros, alimentam-se de frutas, folhas e cascas. Solitários e noturnos, vivem nas árvores altas.
Ocorrem na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica e são encontrados em alguns estados do Norte ao Rio Grande do Sul, incluindo Minas Gerais.
Segue ameaçado, como todos nós, pela redução de seu habitat.
Dá para perceber a carinha de felicidade de nosso ilustre cacheiro na foto da capa do Guia?! Certamente, está pensando que o cachê está bom demais: será protegido, aqui na Reserva Rio das Furnas, por toda a sua vida!
10 julho 2009
Quem bota a mão na nossa água?
Caminhamos os quase três quilometros da Reserva até a Escola de São Leonardo falando sobre a escassez de água, lado a lado com o Rio das Furnas, bem baixo.
Nossa água vem da mesma fonte: a Serra da Boa Vista, depois vai parar no Itajai, o rio que abastece a população da maior bacia de Santa Catarina. Uma fonte invisível, que nasce na superfície dos Campos Naturais, invadidos cada vez mais por plantações de pinus em áreas que deveriam ser de proteção permanente. Também, plantam as invasoras na beira dos arroios e da escarpa. Falta informação, cultura, o quê?
A comunidade está preocupada, pois a nascente da Vila brota no meio de uma dessas plantações.
A Estação da Vila
Em 2007 a comunidade se reuniu e, com o apoio da Secretaria de Agricultura e do Projeto Microbacias 2, construiu uma estação de tratamento e instalou um reservatório de vinte mil litros para abastecer 31 famílias, que funciona até hoje. Antes, cada um tinha o seu olho d’água, até que aconteceu a seca de 2006 e quase todos secaram.
O que vai pela água?
Já foram feitas duas análises na estação; a primeira detectou coliformes fecais acima do nível permitido, pois parece que a filtragem através de raízes de junco ainda não havia atuado. Numa segunda medição o problema havia diminuido a níveis aceitáveis. Porém, o caminho até a estação passa por roças de cebola onde diversos agentes químicos invariavelmente vão se misturar com a água e nenhuma análise desses agentes foi feita até o momento.
Educação fora da escola
Nossa saída de campo, na sexta-feira (26) foi para que os alunos conhecessem de onde vem e como é tratada a água que todos usam. Cadernetas prontas para desenhar e escrever e lá fomos morro acima, na “viagem da filtragem”.
Desenhamos o junco e a sua flor, pedrinhas, água transparente, o tanque, a caixa e, finalmente, a poluição. Eles sabem!
E agora?
O próximo passo será solicitar uma análise química e uma visita aos Campos Naturais. Vamos convidar ainda mais pais e amigos dos alunos, para ver por onde transita e o que precisamos fazer para garantir a qualidade da nossa água.
15 junho 2009
Passarinhos escalam alunos de Alfredo Wagner
Um pássaro na mão pode mostrar o quanto é importante... que ele esteja solto. Mas como? É justamente o contrário do que diz o dito popular: "mais vale um pássaro na mão, etc" só que resolvemos virar tudo de pernas para o ar e mostrar para os alunos da Escola de São Leonardo e do Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) de Alfredo Wagner que passarinho "na mão" é sinônimo de passarinho livre, vivo, voando e feliz.
Passarinho para todo lado
Resolvemos preparar os Cadernos de Campo, que há anos distribuímos aos alunos de São Leonardo, não somente com a foto de um passarinho na capa, como até então fazíamos, mas o aluno também entraria na foto. Começamos com uma brincadeira: ao bater a foto de cada aluno, fazíamos uma pergunta: "se viesse um passarinho voando agora, aqui, neste momento, como você mostraria ele para a câmera?" A criançada levantava o dedo, o ombro, imaginava o passarinho na cabeça, subindo no cabelo, no pescoço, braço... Ah, foi uma folia geral!
A mágica desvendada
Quando estávamos montando as fotos no Photoshop (programa de computador) foi outra folia! Pois escolhíamos, entre mais de uma centena de passarinhos, aquele que se encaixaria com a expressão da criança, com roupa, cores, movimento, posição... Finalizada esta etapa, levamos tudo para o laboratório, no Kobrasol, que fez as cópias em papel fotográfico, com apoio da Secretaria de Educação de Alfredo Wagner. Tivemos apoio da Gráfica Floriprint, da qual Ricardo Rizzaro é representante, e ganhamos os bloquinhos, confeccionados com sobras de papel.
A festa do Caderno de Campo
O "festerê" maior aconteceu na hora da entrega. Passaram-se umas duas ou três semanas desde que fizemos as fotos e marcamos uma tarde, primeiro na Escola de São Leonardo. No Peti, já foi necessário mais tempo, pois são duas turmas e muito mais crianças. No período da manhã, o frio fez com que alguns alunos não viessem ao Parque e fizemos a entrega no salão interno, pois o vento frio reclamava por aconchêgo. Juntamos os sofás em círculo e passamos um a um os caderninhos, para que todos vissem as montagens. Muita risada, brincadeira, gozação e partimos para o desenho na primeira folha em branco. Num outro dia, com a turma da tarde, com mais crianças e calor, fomos para fora e fizemos um grande círculo e recebemos a visita de um curioso pica-pau, que resolveu pesquisar numa árvore ao lado, o que deu um tom mágico à entrega dos caderninhos. As crianças aprovaram as montagens, e as professoras, tanto "reclamaram" que também receberam seus Cadernos de Campo com foto-montagem e tudo, provando, assim, que criança não tem idade. Todos levaram o trabalho para casa, para mostrar aos familiares e trazerem de volta, aguardando pela próxima visita, quando iremos observar e desenhar flora e fauna no entorno da escola.
Vamos quebrar a lingua?
Na montagem da foto incluímos o nome da criança, a família de cada ave, assim como nome científico, popular e inglês. O tamanho original do passarinho também estava registrado na fotografia, pois não foi possível manter a escala de cada um. Assim, a criança pôde perceber, quando anunciávamos as medidas originais, a diferença que existia entre um e outro e entre ele e a "sua" ave. Falar os nomes em outro idioma foi muito engraçado. Alguns não conseguiram pronunciar da primeira vez, mas depois ficou fácil, pois a cada tentativa, uma explicação e tudo ficava claro, até o significado dos nomes em latim e inglês.
Matéria publicada no www.capitaldasnascentes.org.br
Passarinho para todo lado
Resolvemos preparar os Cadernos de Campo, que há anos distribuímos aos alunos de São Leonardo, não somente com a foto de um passarinho na capa, como até então fazíamos, mas o aluno também entraria na foto. Começamos com uma brincadeira: ao bater a foto de cada aluno, fazíamos uma pergunta: "se viesse um passarinho voando agora, aqui, neste momento, como você mostraria ele para a câmera?" A criançada levantava o dedo, o ombro, imaginava o passarinho na cabeça, subindo no cabelo, no pescoço, braço... Ah, foi uma folia geral!
A mágica desvendada
Quando estávamos montando as fotos no Photoshop (programa de computador) foi outra folia! Pois escolhíamos, entre mais de uma centena de passarinhos, aquele que se encaixaria com a expressão da criança, com roupa, cores, movimento, posição... Finalizada esta etapa, levamos tudo para o laboratório, no Kobrasol, que fez as cópias em papel fotográfico, com apoio da Secretaria de Educação de Alfredo Wagner. Tivemos apoio da Gráfica Floriprint, da qual Ricardo Rizzaro é representante, e ganhamos os bloquinhos, confeccionados com sobras de papel.
A festa do Caderno de Campo
O "festerê" maior aconteceu na hora da entrega. Passaram-se umas duas ou três semanas desde que fizemos as fotos e marcamos uma tarde, primeiro na Escola de São Leonardo. No Peti, já foi necessário mais tempo, pois são duas turmas e muito mais crianças. No período da manhã, o frio fez com que alguns alunos não viessem ao Parque e fizemos a entrega no salão interno, pois o vento frio reclamava por aconchêgo. Juntamos os sofás em círculo e passamos um a um os caderninhos, para que todos vissem as montagens. Muita risada, brincadeira, gozação e partimos para o desenho na primeira folha em branco. Num outro dia, com a turma da tarde, com mais crianças e calor, fomos para fora e fizemos um grande círculo e recebemos a visita de um curioso pica-pau, que resolveu pesquisar numa árvore ao lado, o que deu um tom mágico à entrega dos caderninhos. As crianças aprovaram as montagens, e as professoras, tanto "reclamaram" que também receberam seus Cadernos de Campo com foto-montagem e tudo, provando, assim, que criança não tem idade. Todos levaram o trabalho para casa, para mostrar aos familiares e trazerem de volta, aguardando pela próxima visita, quando iremos observar e desenhar flora e fauna no entorno da escola.
Vamos quebrar a lingua?
Na montagem da foto incluímos o nome da criança, a família de cada ave, assim como nome científico, popular e inglês. O tamanho original do passarinho também estava registrado na fotografia, pois não foi possível manter a escala de cada um. Assim, a criança pôde perceber, quando anunciávamos as medidas originais, a diferença que existia entre um e outro e entre ele e a "sua" ave. Falar os nomes em outro idioma foi muito engraçado. Alguns não conseguiram pronunciar da primeira vez, mas depois ficou fácil, pois a cada tentativa, uma explicação e tudo ficava claro, até o significado dos nomes em latim e inglês.
Matéria publicada no www.capitaldasnascentes.org.br
08 junho 2009
Serrador invisível
Vemos TV muito pouco. Quando vamos ao Centro de Alfredo Wagner, pois aqui na Reserva somos eximidos de assistir a este aparelho que despeja mortes e atropelamentos em pleno almoço, parece que só para distrair os estômagos mais sensíveis ao paladar, muitas vezes pasteurizado, das comidas a quilo.
Assim, numa dessas vistas, assistimos a um programa sobre um rapaz, ilhéu, que tinha alguns galhos na mão, “misteriosamente” serrados por “almas de outro mundo”. Claro que a reportagem nem se deu ao trabalho de informar e deixou no ar uma pasmaceira, característica dos programas “sensacionais” que são apresentados na telinha.
Confesso! Na primeira vez que vi um galho serrado assim, certinho, caído no chão, fiquei espantado, quem teria feito aquilo? Um belo dia, nosso amigo Alexandre, professor de Zoologia da Ufsc veio com a luz: é um Bicho-serrador (Oncideres sp), que coloca os ovos em cavidades feitas por ele próprio nos galhos e serra em seguida para que as suas larvas possam crescer e se alimentar daquele galho.
Marcelo, Professor e Engenheiro Florestal e nosso parceiro do Instituto de Pesquisas Ambientais da Furb, complementou: é um Cerambycidae, que ocorre em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Paraguai e Argentina. Os ovos são elipsóides brancos com 5mm de diâmetro, dos quais saem larvas vermiformes branco-leitosas que chegam a 30mm de comprimento; cabeça achatada e fortes mandíbulas, que “duram” cerca de um ano! Depois, viram pupas e, então, adultos, normalmente entre novembro e fevereiro.
É raro de se ver, pois serra, normalmente, à noite ou de madrugada. O nosso fotografado, ao lado, estava atrasado ou se perdeu na hora, porque já era bem tarde quando observei-o trabalhando sem parar num belo exemplar de Cedro (Cedrela fissilis) com mais de um metro de altura. Como, aqui na Reserva, plantamos e deixamos nascer muitos cedros, um ou outro ganha uma poda “radical” do nosso amigo Serrador, porém rebrota e há casos de serem serrados mais de um ano seguido e sempre rebrota!
01 maio 2009
A Horta Mágica
Estou bem longe de ser agricultor, por ter nascido na paulicéia desvairada no final dos anos 50, mas já plantei algumas coisas pela vida afora. Minha saudosa mãezinha teve a oportunidade de ter um quintal em casa, em pleno Ipiranga. Lembro que de lá saía muita verdura, tempero e depois, muita fruta que ela reservava para os passarinhos.
Com a Gabi já é diferente, ela tem um pé na roça. Nasceu em Rio do Sul, no meio dos italianos da Itoupava e a mãe dela era agricultora de marca maior! Só para dar um exemplo, sua mãe foi a primeira e única mulher que conheci a pegar o touro a unha. Sério! Quando criança conduzia um touro com nome de Gigante (dá pra imaginar?!) enquanto o pai guiava o arado. O tal touro só obedecia ao pai e a ela. Vai daí, meu grande respeito pela Dona Nirce, hoje respeitada instrumentadora cirúrgica que nos fins de semana roça o mato, e quando vem aqui na Reserva dá um banho na gente quando o negócio é plantar mudas, remexer em canteiro, cuidar de flores e frutas. É uma autêntica dedo-verde! Precisa ver!
Bom, mas a gente também tem história de plantador para contar. Ganhamos algumas sementes belíssimas, de milho preto peruano, abóbora crioula, girassol, feijões do amazonas, pimentos doces, cabaças e tudo vingou que foi uma maravilha, ao lado de casa.
Aprendemos muito lá em Santa Rosa de Lima, com o pessoal da permacultura. Depois foi curtir o sabor de cada semente que colhemos. Uma delícia de sabor, de vitalidade, tudo de bom.
Aí em cima, uma cabacinha nativa que ganhamos de nosso vizinho, o Moli
Nossa plantação de cabaça vingou rapidinho e distribuímos aos visitantes da Reserva durante anos seguidos.
Com a Gabi já é diferente, ela tem um pé na roça. Nasceu em Rio do Sul, no meio dos italianos da Itoupava e a mãe dela era agricultora de marca maior! Só para dar um exemplo, sua mãe foi a primeira e única mulher que conheci a pegar o touro a unha. Sério! Quando criança conduzia um touro com nome de Gigante (dá pra imaginar?!) enquanto o pai guiava o arado. O tal touro só obedecia ao pai e a ela. Vai daí, meu grande respeito pela Dona Nirce, hoje respeitada instrumentadora cirúrgica que nos fins de semana roça o mato, e quando vem aqui na Reserva dá um banho na gente quando o negócio é plantar mudas, remexer em canteiro, cuidar de flores e frutas. É uma autêntica dedo-verde! Precisa ver!
Bom, mas a gente também tem história de plantador para contar. Ganhamos algumas sementes belíssimas, de milho preto peruano, abóbora crioula, girassol, feijões do amazonas, pimentos doces, cabaças e tudo vingou que foi uma maravilha, ao lado de casa.
Aprendemos muito lá em Santa Rosa de Lima, com o pessoal da permacultura. Depois foi curtir o sabor de cada semente que colhemos. Uma delícia de sabor, de vitalidade, tudo de bom.
Aí em cima, uma cabacinha nativa que ganhamos de nosso vizinho, o Moli
Nossa plantação de cabaça vingou rapidinho e distribuímos aos visitantes da Reserva durante anos seguidos.
26 abril 2009
2001, uma odisséia
A foto acima é de 2001, num vôo que fiz de helicóptero. Toda pastagem, hoje, é uma capoeira bem bonita, pois de lá para cá, só enriquecemos a Reserva com espécies nativas. Muita coroação de araucárias, cedros, camboatás, coqueiros-jerivá... A doação de duas mil mudas do Projeto Piava deram uma adiantada bacana na recuperação da mata nativa.
A primeira geada, em 2001, não foi mole. A horta, mesmo coberta, não resistiu ao frio e foi-se. Algumas ervas aromáticas se adaptaram ao frio da Serra e resistem até hoje, mas a maioria foi eliminada de saída. O urucum, por exemplo, sem chance...
Acima, 2001. À esquerda é possível ver um pequeno rancho que servia de depósito de onde sairam algumas tábuas utilizadas na reforma do assoalho da atual cozinha. No primeiro plano (em alvenaria, derrubada em seguida), o início da contrução que substituiria a casinha, caso o Areni continuasse a morar na terra. Na época, a casinha servia como um grande depósito de tralhas e estava totalmente abandonada (há doze anos, isso em 2001!). Ao fundo, o Rancho de cebolas, atualmente reformado.
Hoje. Depois de um ano inteiro de prega e remenda tábuas, eu e a Gabi somente pensávamos em ter uma casinha onde morar para sempre. A realidade é doce como um sonho! Porém, precisamos ouvir de três carpinteiros, convidados a fazer orçamento para a reforma da casinha, que o melhor e mais barato seria derrubar e começar tudo de novo. Teimosos e persistentes, preferimos trabalhar por conta própria. O resultado foi muita economia e muitas histórias, desde vizinhos impressionados com a nossa imensa teimosia e vontade, à cobras, ratos e aranhas que tiveram que mudar de casa (de vez em quando ainda recebemos uma visitinha...)
28 março 2009
Miríadaes de flores e perfumes
Agora é dar uma volta pela Reserva até o Rio das Furnas e ficar inebriado com as mais variadas flores e perfumes que chegam a entorpecer! Um predicado da Serra, que nos deixa cada vez mais apaixonados pela nossa terra! Imagina andar nas trilhas e ver milhares de insetos pululando de flor em flor, acompanhados de borboletas de tudo quanto é cor... Essa é a vida que todos queremos elevar ao eterno... pois que assim vá, perfumada, pontilhada de flores, borboletas, insetos e umidade, quer dizer: água, porque dar uma visitada no rio sempre deixa a gente um pouco cabreiro. É, a cada ano ele baixa um pouco e isso é chato, pois toda essa vida depende diretamente do rio, da água, dos vizinhos de cima, e mais acima, da consciência, da filosofia, do pequeno prazer de sentir os perfumes que nos cercam e isso tudo na boca do outono! É luxo puro!
25 março 2009
Capital das Nascentes em Biguaçu
Dia 20 de março aconteceu em Biguaçu o I Seminário Municipal de Valorização da Água, numa iniciativa da Fundação Municipal de Meio Ambiente de Biguaçu. A Reserva Rio das Furnas, o site Capital das Nascentes e a Prefeitura de AW foram convidados para participar da exposição que houve no pátio da Univali, parelelamente às palestras. Foram criados dois banners de 2,0 x 1,5 metros, patrocionados pela Prefeitura de Alfredo Wagner, que levaram muitas crianças e até pesquisadores a questionarem a existência de tão belas paisagens e tão variada fauna e flora em nossa cidade, o que não é novidade, pois sempre há questionamentos sobre o que existe por aqui. Dessa vez foi o caranguejo de água doce e o furão que chamaram mais a atenção. Para nosso deleite algumas pessoas chegaram até a tirar fotos com as cachoeiras de fundo, uma delícia! Para ver a matéria completa dê um pulinho em www.capitaldasnascentes.org.br
04 março 2009
Filhote de Tecelão
Nossa Alegria em ver um filhote nunca foi tão grande!
Durante os dias em que fiquei de campana para fotografar o tecelão do NEWS anterior, a cada instante havia um movimento, algo como uma ajeitada lá dentro, uma mudança de posição e o ninho balançava, mesmo quando não havia vento. A cada meia hora, aprox., a mamãe saía, ficava uns quinze a vinte minutos fora e retornava. Três dias depois da foto anterior, de volta ao meu posto, pois a intenção era fotografar o momento da saída do filhote, a alimentação, tudo enfim, estranhei a imobilidade. Fiquei parado duas horas e, nada! Dias seguidos e nada de movimento.
O que poderia ter acontecido? Tucano, gavião, uma cobra atacou o ninho? Ah, não que sejamos pessimistas, mas deveria ter um tempo onde o filhote ficaria lá dentro, protegido, e seria algo como alguns dias, daria tempo de fotografar, com certeza. O fato era que o ninho estava vazio e nós, preocupados.
Pesquisamos na literatura e na internet sobre o tempo de incubação do Tecelão, hábitos, etc e vimos que é pouco estudado, pois as informações não foram suficientes para entender o que poderia ter ocorrido a esta nova família, além da possível predação.
Dia destes apareceu um filhote de Tecelão meio grandinho para ter saído daquele ninho, mas adotamos a idéia de que pode ter sido de lá, apesar de haver outros ninhos, com certeza. Se você tiver alguma dica sobre os hábitos do nosso filhote, será muito bem vinda!
Este material virou um NEWS que enviei para nosso mailing e daí vieram algumas observações e uma, esclarecedora, do Vitor Piacentini, que está na Colômbia estudando as peles de Phaetornis para seu doutorado, veja só:
O tempo de incubação de um tecelão deve ser algo ao redor de 15 dias. A questão é saber se iniciaste as observações antes da postura ou depois. Uma vez nascidos os filhotes, estes devem ficar no ninho entre duas e três semanas. Se os pais pararam os cuidados com filhotes antes desse período, é porque foram predados ou morreram (chuva? frio? Parasitas?). O fato é que a taxa de sobrevivência de aves na natureza é muito baixa. Em zonas temperadas como os EUA, apenas 52% dos ovos de Turdus migratorius (American Robin) se tornarão filhotes em idade de sair do ninho; 10% apenas chegarão à idade adulta. Em aves tropicais a predação de ninhos tende a ser ainda maior. Assim, ver um filhote sair de um ninho é a exceção e não a regra.
14 fevereiro 2009
Aumento na população da Reserva
Neste começo de ano, aqui na Reserva tivemos uma enxurrada de passarinho! Tem ninho para tudo que é canto! Até debaixo da janela do banheiro o tico-tico resolveu botar três ovinhos e passou por uma prova de fogo, veja só. Já no finalzinho da tarde de um dia ensolarado, a Gabi encontrou um filhote de jararaca enrolado na base da janela do banheiro e me chamou. Mandei o bichinho para fora da janela. Até aí, tranquilo. Havíamos esquecido que logo abaixo estava o ninho do tico-tico e pode ser que a jararaca tenha passado a noite em em cima dele. No dia seguinte, de manhãzinha, lá estava ela no mesmo lugar, descansando, enroladinha, bem faceira. Logo imaginamos, pronto, lá se foram os ovinhos! Peguei a jararaquinha e levei para longe de casa e voltei pronto para ver um ninho vazio. Dei uma olhada em cima do ninho e para meu espanto sai, a mil por hora, a dona tico-tico e, debaixo dela estão os três ovinhos, intactos! Essa passou.
No final do ano teve o Trepadorzinho-quiete, ocupante de um oco de bambu protegido pelo beiral de casa. Somos vizinhos de parede e descobrimos que este passarinho é sonâmbulo, pois cutuca o ninho a noite inteira! Aliás, este ninho tem história e dele já saíram muitos filhotes, de Curreca, Canarinho e de Chopim.
De uma laranjeira sairam dois Alegrinhos; na frente do rancho, a uma altura de mais ou menos meio metro do chão, nasceram dois Coleirinhos e, mais adiante, quase na mesma altura, três Quetes.
Tem o Bentevi-rajado que ocupa e defende o Cedro de qualquer invasor, seja ele pequeno ou grande, e lá na beira do Rio das Furnas vimos um ninho dependurado no meio de uma grande árvore, ainda nem sabemos de quem se trata. Ao lado desse desconhecido, bem em cima do Rio das Furnas, um espetacular ninho de Tecelão. Esse ninho mereceu um ensaio fotográfico.
Assim, a vida é renovada a cada primavera/verão aqui na Reserva.
27 janeiro 2009
O banquete do beija-flor 4
Chegamos a observar cinco espécies de beija-flores visitando o gravatá em momentos diferentes. E todos eles permaneceram um bom tempo percorrendo a miríade de flores, sugando um nectar que parecia delicioso e abundante. Nem se incomodavam com a nossa presença. Pena que a flor durou apenas três dias.
26 janeiro 2009
21 janeiro 2009
O banquete do beija-flor
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