01 dezembro 2010

Aves da Reserva no OECO




Olha só como é bom ter asas!!!
Quem não conhece o OECO é só clicar e se inteirar. Uma das mais completas publicações voltadas para o Ambiente.

26 novembro 2010

Zero Waste International passeia na Reserva

Sabatini, Pal e Richard
É possível viver sem lixo? Tudo o que é descartado no dia a dia é obrigado a parar no saco, na vala, no aterro?
É óbvio que ninguém precisa de lixeiros na porta, basta eliminar o mal na origem, ou seja, na sua casa. Como? Ora, lixo só existe quando misturamos tudo. Separado, o material pode ser reutilizado, reaproveitado, reciclado. Na Reserva Rio das Furnas sempre foi assim.

Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero inspirou-se em modelos como o nosso para fundar a Novociclo, empresa baseada na capacidade de resolver questões de descarte, coleta, destinação e reaproveitamento daquilo que muita gente ainda insiste em transformar em problema, porcaria, ou seja, criar o pernicioso e sempre desnecessário pacote de lixo.
Para exemplificar e debater essa questão, que já ganhou status prioritário em grandes cidades mundo afora, a Novociclo bancou a 7ª Zero ­Waste International Conference, evento anual, realizado mês passado no Sesc Cacupé, na Ilha de Santa Catarina. Com certeza o mundo esteve atento ao Brasil durante alguns dias.

O tema lixo ainda é deixado meio de lado para a sociedade, acostumada a embrulhar os dejetos num saco plástico e fechar os olhos para o seu destino. Então, os aterros explodem por ineficiência e incapacidade de resolver a questão e surge a Logística Reversa como tábua de salvação. Demorou...

Após a Conferência, Sabatini trouxe Richard Anthony, presidente da Zero Waste International e Pal Martensson, coordenador de um dos maiores e mais organizados centros de reciclagem da Europa (Suécia), para refrescarem as ideias na Reserva. Ambiente pra cá, lixo pra lá, tudo invariavelmente conectado, o papo se esticou e um banho de rio zerou nossa conversa.
Zerar no sentido de afirmar um rumo, mirar um futuro interativo, onde muitos compartilham da ideia de acabar com o saco plástico, ícone e sepultura de boas ideias.

Tenho certeza de que esta Conferência foi uma injeção de ânimo na veia de um bocado de gente e nosso encontro na Reserva, alento.

17 novembro 2010

Birdwatcher recebe Cartaz das Aves

A Revista Birdwatcher tem como objetivo agregar informações ao público interessado na observação e fotografia de aves. É um ponto central de informações e pretende com isso trazer novidades sobre o mundo da ornitologia, dicas de viagens, métodos de observação de aves, equipamentos, fotografia, notícias e muito mais.

Agregando informações das mais diversas fontes de informações e com colaboradores experts nos assuntos pretendemos unir a comunidade interessada e prover informação com qualidade e objetividade.

Todos artigos e matérias da Birdwatcher tem como objetivo difundir a observação de aves no Brasil além de compactuar com ações conservacionistas. Somos radicalmente contra a criação de aves em cativeiro e expomos nosso repúdio ao tráfico de animais silvestres contemplando-os na natureza, em seus habitates naturais.

Pratique observação de aves, seus olhos e ouvidos nunca mais serão os mesmos!

16 novembro 2010

A fine work of art and information

I very much loved the poster. It is a fine work of art and information. I’ve already read the entire booklet on avifauna. You have a fine talent at photography and graphics design. Keep up the good work.

What I loved through your poster and booklet was (again) the realization of the richness of our biodiversity and the extreme value that each species affords us on the planet.

Years ago I was asked by then Vice President Al Gore to valuate the biodiversity in Central America. After months of research and worry, I decided that each species on earth is at least as valuable as mays – Madis or corn (Zea mays). At that time the economic value of mays was $10 billion per year. So, giving the 2 million species on earth, the annual value of the biodiversity on earth is $20 quadrillion US dollars per year. Of course there are more than 2 million species…..Obviously the value of the biodiversity has to be significantly greater than the world human economy, since it is the biodiversity that really supports our life system, so as usual, I was too conservative.

Hope all remains well with you and Gabriela.

Warm regards,
Wayne T. Williams, PhD
Recycling Coordinator
San Diego County

30 setembro 2010

Papo branco em noite de lua


Coisa
feita de brisa,
de mágoa
e de calmaria,
dentro
de um tal poema,
qual poesia
pousaria?
(Paulo Leminski)

21 setembro 2010

Aerodinâmica e Conservação


Se aparecesse neste blog uma foto de plantação de pinus, pouca gente continuaria a ler. Sabe por que? O pinus é um mal necessário, dizem. Mas tem um porém. Plantar pinus no Alto da Boa Vista, em local de vento constante e solo raso? Mesmo gente simples, da roça, afirma que é dinheiro jogado fora. Houve até um projeto para a instalação de uma usina eólica no local, pois há ventos que sopram a mais de 100km/h constantemente.

Fora a ventania para espalhar semente de pinus, o Alto da Boa Vista é um divisor de águas importantíssimo! Das suas encostas fazem parte as Bacias do Itajaí, Tijucas, Cubatão e Tubarão, e o solo - parecido com uma esponja gigante - é um imenso reservatório para a maior população de Santa Catarina. Só esse argumento seria suficiente para a criação de uma Unidade de Conservação no Alto Boa Vista.

Está escrito: ambientes naturais têm uma função essencial no ciclo da água. São responsáveis por acolher a água da chuva, estocá-la e liberá-la para os rios ou lencóis freáticos que irão abastecer cidades. Esse é um dos tantos exemplos da dependência das atividades econômicas da existência de áreas naturais, exaustivamente divulgado pela SPVS, parceira que nos dá suporte para que mantenhamos a Reserva Rio das Furnas protegida, preservada.

Se o pinus tomar conta de nossa paisagem, o Tesourinha (Tyrannus savana - Fork-tailed Flycatcher) da foto pode desaparecer, pois ele come bagas de camboatá, vive no campo e adora descansar sua longa cauda na ramagem do arvoredo pelo Brasil afora. E não foi o design das asas de uma ave que ajudou na aerodinâmica do avião? Pura inspiração.

Ao invés de pinus poderemos ter água, polinização, pesquisa científica, turismo e segurança. Precisa mais?!

Texto & Photo © renato rizzaro

09 agosto 2010

No fundo dos teus olhos, verde


5 de agosto pela manhã me telefona o Francisco, da Pedra Branca: as montanhas estão brancas de neve! Faz muito frio na Serra, o que atrai os turistas. Com a neve vem o fogo, pois a macega está seca e é hora de “limpar” o pasto. Prática tão enraizada na cultura que ninguém se dá conta do estrago. E, pior: botam fogo à noite, quando os bombeiros não podem fazer nada e a fauna descansa inocente. O menino-perereca está frito. Assim vai sendo exterminada nossa fauna, sem mesmo ter sido conhecida.

Ivan Sazima, por email, nos respondeu sobre esta foto: “levei um baile do seu lindo menino de olhos verdes (parece ser um macho, a julgar pelas pregas abaixo do queixo, que indicam presença de saco vocal). Provavelmente é uma espécie não descrita (“nova”). É uma das mais lindas e vale a pena ir atrás para descrever. Pode ser uma espécie do gênero Sphaenorhynchus (Hylidae). As espécies desse gênero vivem na vegetação e criam em poças e brejos, tanto em ambientes florestais como os abertos. São todas noturnas e os machos vocalizam (cantam) dentro d’água, para atrair as fêmeas e para avisar outros machos que aquele pedaço tem dono. A desova e as larvas (girinos) se desenvolvem na água. Após a metamorfose, seu alimento são insetos e outros invertebrados, como aranhas. Sua principal defesa é a camuflagem na vegetação.”


Tobias Kunz, conhecedor da fauna da Reserva, também acredita que seja um jovem Sphaenorhynchus.


Sábado, 31, à noite, quando observávamos um grande incêndio no Alto da Boa Vista, pensávamos nas chispas da humanidade. A súbita virada no vento e uma tempestade frearam o que poderia ter sido uma catástrofe.
O resultado está lá, todos podem ver: uma paisagem de luto, ou mera passagem: um branco.


21 junho 2010

232 espécies de aves na Reserva Rio das Furnas


Em quase dez anos de preservação e observação, a Reserva Rio das Furnas transformou-se no paraíso das aves. Ou seria um refúgio na Serra da Boa Vista; uma ilha num oceano de pinus e pastos?

A cada visita de pesquisadores e apaixonados pela Natureza, aparece um bicho diferente. Assim, pouco a pouco, a Reserva chegou a 232 espécies de aves, um número fantástico, se comparado ao do Estado de Santa Catarina, aproximadamente 680. Isso é entusiasmante!

Amigos observadores e a experiência dos ornitólogos que estiveram na Reserva: Lenir Rosário, Beloni Pauli, Vitor Piacentini, Luiz Pedreira Gonzaga, Ivo Ghizoni, foi fundamental para chegarmos a 177 espécies. A parceria com o Instituto de Pesquisas Ambientais da Furb, consolidou essa etapa do levantamento.


No final do ano passado a Reserva recebeu a Sociedade Chauá, contratada pela parceira SPVS, com o apoio da Souza Cruz, para o levantamento preliminar do Plano de Manejo. O ornitólogo Raphael Fernandes apontou muitas novidades, e, de quebra, ajudou a fotografar a Murucututu deste News.


Canto de chapa


Quem ouve o canto desta belíssima coruja nunca esquece, pois é muito parecido com a vibração de uma chapa de metal. Certa vez, numa caminhada noturna, tivemos o prazer de avistar a Murucututu na trilha para a Ilha do Rio das Furnas. Ficou um tempo a observar nossa equipe, tanto quanto a observamos.


Gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis), Bacurau-tesoura (Hydropsalis torquata), Caminheiro-zumbidor (Anthus lutescens), Principe (Pyrocephalus rubinus) e Saí-andorinha (Tersina viridis) foram algumas das novas aves registradas pela SPVS.
Para uma lista completa de aves da Reserva Rio das Furnas clique aqui

15 abril 2010

Emails enviados sobre a lenda da plantadora de pinhões

Como obtivemos muitas respostas, acredito que uma maneira legal de socializar seja a publicação. Para não entupir caixas de emails, resolvi publicar neste blog e divulgar o endereço, assim todos poderão interagir nas respostas e ver o que foi dito sobre a lenda.
Muito obrigado pela participação! Lá vai:

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Estou tomando meu café da manha na serra catarinense, quando abro este obra de arte de meu amigo Renato.
Uma lenda tem que ser acompanhada de sinais mágicos. : )
Rodrigo Sabatini

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Parabens por mais esta foto belissima, vc tem o dom, meu irmão, e o seu texto tbem...
Bom sou daqueles que acreditam e propagam as lendas e misterios desde nosso mundo, sem eles nao teriamos encantamentos.

Prof. Daniel Silva
Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental

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Do pouco que sei a respeito das araucárias, de fato é apenas uma lenda a história de que são as gralhas as principais responsáveis pela dispersão das sementes. Afinal, os principais dispersores que mantêm a floresta de araucárias são mesmo os roedores. Também nunca vi uma gralha enterrando pinhões.
Dulciani Allein Schllikmann

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Bela gralha azul com pinhão no bico... Semana passada apareceu aqui atrás, no poço, um casal delas. E tb uma rola das grandes... Nada comum. Na Armação andam em bandos, disputando o espaço com as aracuãs, todas cada vez mais próximas de nós.
Gilberto Gerlach

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Que foto Renatão. Parabéns!
Markito/Agência Fotomundo

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Nunca vi nehuma gralha enterrando pinhão ja vi elas voando com pinhão e deixar cair este pinhão pois quendo o pinhão cai ele sempre cai de ponta pra baixo e acho que quando cai em uma terra macia ele pode se enterrar e nascer.
Emercier/DBSA-AW

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SIMPLESMENTE MARAVILHOSA!!!
Max Edson Figueiredo

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Fantástico, acho que essa tua foto da Gralha-Azul carregando um pinhão no bico tem tudo, mas tudo mesmo prá ser premiada em algum concurso fotográfico c/ tema ambiental/ecológico, em especial este que é organizado todos os anos pelo AVISTAR.
Carlos Manoel Amaral Soares/SPVS

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Eu particularmente, costumo ver muito mais gralhas azuis no nosso litoral, nas florestas de terras baixas, do que aqui por cima, no planalto. Então acho que a lenda é realmente lenda mesmo, mas que são tremendas dispersoras de diversas espécies de sementes, não há a menor dúvida!
Parabéns pela foto da gralha, achei muito legal!
Christopher Thomas Blum/Sociedade Chauá/PR

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Lembro que a gralha foi um dos ícones de um ano do Clube da Árvore quando falamos dos animais e a floresta. Ou seja como animais ajudam a fazer as florestas crescerem e se multiplicarem. Se era lenda, não sei dizer, mas creio que há um papel relevante desta ave para a floresta, seja enterrando pinhões ou simplesmente deixando-os cair. E viva a gralha azul!
Flavio Goulart
Gerente de Assuntos Corporativos Souza Cruz

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Complementando seu News, posso te dizer que o aparecimento de gralhas aqui no litoral é um fenômeno razoavelmente recente. Diria que no máximo 10 ou 15 anos atrás. Antes disso, só ouviamos falar da mesma e olha que desde 1977 ando pelos matos de Angelina, São José, Santo Amaro e Águas Mornas.
Agora, discordo um pouco de você quando diz que as mesmas estão em perigo de extinção. Pelo que vejo aqui em São José, onde moro e Florianópolis, onde trabalho, cada vez tem mais bandos. Me parece que a degradação do ambiente serrano onde viviam as fez migrar para cá e talvez por falta de predadores e competidores na cadeia alimentar, conseguiram um espaço grande para expandir sua população.
Processo semelhante de migração você poderia observar nas áreas rurais de Palhoça e Paulo Lopes, próximas ao Rio da Madre, onde, depois da implantação de plantações de arroz, surgiram alguns tipos de pássaros até então nunca vistos naquelas regiões.
Jorge Destri/UFSC

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Até aos 16 anos, morei no norte do Paraná e quando tinha uns 8 anos, mais ou menos, achei um bebê gralha sem uma parte da asa e, como sempre fazia quando achava um bichinho machucado, levei para casa. Minha mãe cuidou e por vários anos, ela conviveu conosco, com a gaiola aberta, mas sem poder voar.
Como considero os animais mais racionais que os seres humanos em determinadas situações, acredito que a "lenda" seja na verdade uma forma bacana de retratar a esperteza delas para armazenar alimento. Tantos animais fazem isso...
Nunca vi a minha gralha fazer algo parecido, mesmo sendo livre, ela era gulosa demais para se preocupar com poupança. Mas era muito esperta e atenta e também aprendia facilmente a imitar outros sons ou eles eram inatos, sei lá...Só sei que quando resolvia bagunçar...
Léla Galvão

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Pois é, eu também, até hoje, nunca vi alguma destas lindas avez azuis enterrando algo, só nas copas das árvores e fazendo aquela arruaça. Será que não andaram fazendo uma parceria com os roedores??? o trato seria, "nós pegamos lá no alto, soltamos para vocês no chão, algumas vocês comem e outras enterrem" que tal? Pode ser assim...
Adriane Kassis/Núcleo de Yoga Pádmáshram - Rio do Sul

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O que sabemos aqui no oeste e o que víamos na fazenda da minha avó, era a gralha carregando o pinhão no bico p/ alimentar a si e seus filhotes. Mas ,as vezes derrubavam e como seu ninho é nos pinheiros e em meio dos pinheirais ,qdo. ela perde o pinhão ele cai no mato, em áreas sombreadas, que é aonde o pinhão brota. Na sombra. É o que eu ouvia contar e o que víamos.
Yeda Maura

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LENDA LINDA!
André August Remi de Meijer/SPVS

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Seguem dois artigos sobre o assunto.
Analise historica da lenda da gralha-azul.pdf
Escudo Parana Clube.pdf

(Obs: Interessados nos artigos deverão solicitar por email para mim, pois não sei como vincular os arquivos .pdf a este blog)

Espero que sejam úteis. Tenho um livro que enviarei para publicar em breve, tratando especificamente da harpia (ave que orna o brasão de armas do Paraná) e a gralha-azul (ave-símbolo).
O tema é muito legal. Agradeço pelo envio do artigo e do belissimo material didático. Vamos disseminar a lenda; vamos também ensinar as pessoas que, na via real é um pouco diferente. As duas coisas não são excludentes. Temos nossos mitos e nossa ciência. Devem andar juntos!
Fernando C. Straub/Biólogo e Ornitólogo/Curitiba-PR

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O homem que atirou nas Gralhas
folclorista Luiz da Câmara Cascudo a eternizou em sua majestosa lenda.
És um assassino! Tuas leis não te proíbem de matar um homem? E qum faz mais do que um homem não vale pelo menos tanto quanto ele? Pois sou eu a humilde avezinha, entoando a minha tagarelice que faço elevar-se toda esse floresta de pinheiros; bordo a beira das matas com o verdor dessas viçosas árvores de ereção perfeita; multiplico o madeiro providencial que te serve de teto, que te dá o verde das invernadas, que te engorda o porco, que te aquece o corpo, que te locomove dando o nó de pinho para substituir o carvão-de-pedra nas vias férreas. E ignoras como opero! Venha até o local onde interrompeste meu trabalho. Ali está a cova que eu fazia, para depositar nela o pinhão sem cabeça com a extremidade mais fina para cima. Tiro-lhe a cabeça porque ela apodrece ao contato da terra e arrasta à podridão o fruto todo e planto-o de bico para cima a fim de favorecer o broto. Vá e não sejas mais assassino. Esforça-te, antes, por compartilhar comigo nesta suava labuta."
Levantei-me então a muito custo e fui até o local escavado pelas aves, uma das quais jazia com o peito manchado de sangue, ao lado de um pinhão sem cabeça. Pude compreender que certeza da visão. Mais adiante, com as mão remexi na terra revolvida e descobri um pinhão com a ponta para cima e sem cabeça.
José Fernandes, após uma pausa, concluiu:
- "Aí, está, caro Fidêncio, como vim a ser um plantador de pinheiros. Quero valer mais que um homem: quero valer uma gralha azul".

Aqui na EESJ temos o "privilégio" de vê-las comendo quirera (geralmente qdo acaba o pinhão) em um tratadouro, onde faz valer seu tamanho e afasta canários, chupins, e faz sua refeição, sempre acompanhada(o) de seu parceiro(a) Vamos preservar sempre!

Humberto Cassão/EESJ

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Magnífico!
Seu acervo de fotos está cada vez melhor. Precisamos atualizar a "caixinha".
Celso Vicenzi/Ilha de Santa Catarina

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Linda foto mesmo, "fanstática".....
Sobre as gralhas, te confesso que passei a vê-las como aves especialmente da Floresta Atlântica, pois durante meus tempos de Morato (Reserva do Boticário, no Paraná) via elas diariamente, enquanto aqui no Planalto são vistas com frequencia bem menor.
No Morato foram incontáveis as visualizações e infinitas as constatações sonoras da sua presença. O fato mais marcane da presença delas lá no Morato foi um amanhecer, no qual havíamos deixados aqueles postinhos de luiz acesos durante a noite, e avistamos cerca de 60 gralhas ao redor dos postes e comendo os mariposas e outros insetos ali presentes.
Paulo Chaves Camargo/Biólogo/PR

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Aqui na Ilha dos Patos, território dos Carijós e Caiçaras a Gralha-azul ocorre em toda a sua extensão, desde o Ribeirão da Ilha (Caiacanga-Açu, Araça-Tuba) até as imediações dos Ratones (Papaquara, Jurere).
Embora não frutifique a araucária aqui também se desenvolve.
Não é novidade entre o caboclo que a gralha enterra o pinhão esperando dias mais difíceis na alimentação. Porém nem sempre encontra sua guarda que na terra frutifica ou é digerida por outros animais entre eles o caititu ou cateto.
Fabio do Lago

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A natureza é o "Grande Mistério, a "religião de antes da religião"... (Angeles Arrien)
Aqui de casa ainda temos o privilégio de avistá-las pela janela. Quando vamos até o Canto dos Araçás são bandos a nossa volta e num codomínio de amigos na Barra da Lagoa em todo seu entorno.
Verde que te quero verde alimente nossas gralhas azuis... Araucária aliada protetora seduz!
Alexandra

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Não sabia que isso era apenas uma lenda. Sempre soube que isso era verdade. Há muitos anos até fiquei sabendo de um projeto chamado Gralha Azul, e que as ajudava plantando araucárias. Será que é sonho meu?
Beate Frank

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Oi Renato,

veja este vídeo a partir dos 4 minutos e 10 segundos, abraços do Fábio Feminella
http://www.youtube.com/watch?v=0Hy2ogiQfyw

14 abril 2010

Lá vai a lenda, plantar mais um pinhão?


Pois agora que os pinhões estão maduros e trilhas de roedores cruzam nosso caminho, lembrei da lenda. Como o Blog pode ser visto por ornitólogos, pesquisadores e curiosos, espero saber quem acredita ou não e porque.
Apesar de estar na lista de aves ameaçadas por tabela, por causa da extinção da Floresta de Araucária, já vimos gralha-azul na Ilha de Santa Catarina fuçando em lixo! Mas isso é coisa de urbe, aqui na Reserva nunca vimos a dita no chão. Fica difícil acreditar que enterre pinhões, como prega o povo. Agora, como dispersora, por transportar pinhão no bico de uma árvore à outra, é vero. Outra coisa: tem o hábito de armazenar sementes em epífitas e buracos nos troncos, o que já vimos resultar em curiosos bonsais.
Mas não e só de pinhão que vive nossa bela ave. Papa insetos, invertebrados, frutos, ovos e filhotes alheios, desde São Paulo ao Rio Grande do Sul, leste do Paraguai e nordeste da Argentina e no Paraná virou símbolo, por lei, desde 1984.
Forma bandos de 4 a 15 indivíduos com hierarquia e clãs, misturando adultos e filhotes de até duas gerações.
Realiza as suas atividades em grupo, como a busca de comida, limpeza da plumagem e reprodução. Bacana, hein?!
Todos auxiliam na alimentação dos filhotes, defesa do território e construção do ninho. Esse, muito bem escondido, fica no alto de árvores de grande porte, e na Floresta de Araucária, no topo de pinheiros jovens.
Depois dos papagaios, araras e periquitos, as gralhas são as mais inteligentes, refletindo assim em seu complexo e sofisticado comportamento. Seu repertório vocal, por exemplo, possui mais de quatorze sons diferentes.
Agora que você conhece um pouco mais esse corvídeo, se já viu algum enterrando pinhão, mande seu comentário e ajude a perpetuar a lenda.

Envie sua opinião pra mim, no email: riodasfurnas@gmail.com