31 julho 2013

N E V E M O S

Madrugada iluminada na Reserva. Foto Renato Rizzaro

Moradores de São Leonardo nunca viram nada parecido; um espetáculo fantasia, diziam. 
Nosso encantamento começou lá no Alto da Boa Vista, vindos da Ilha, ao avistar as montanhas espatuladas de branco puro, tanto que nem o azul profundo e denso do céu conseguia tingir. Subimos a Serra e por ali ficamos até o sol plantar fogo. Então, descemos o canyon da Reserva e visitamos estrelas.
Dia seguinte, a surpresa: neve nas árvores, na beira do rio, espalhada pelos telhados, torrões pelo chão, água congelada, absolutamente tudo banhado de céu, bleu.
A letargia no vôo do beija-flor pelas minguadas flores apontava para o termômetro a menos dois e nem o sol, poderoso, conseguia esquentar a furna. Descongelados, os canos cuspiram barro e as frágeis folhas tostaram.

O tempo, sempre atrasado por estas bandas, parou de vez e sobrou hora naquele dia para sorver um outro ar, picante, temperado, marítimo, polar. Foi então que muito mais do que estrelas cobriram nossos sonhos de profundo silêncio e lua e outro dia veio e juntou semana e cheiros e afazeres... Naquele instante, ora, nevamos para sempre.


Gabriela na beira do Rio das Furnas. A face Sul ficou assim durante o dia todo. Foto Renato Rizzaro

08 julho 2013

Luz de Outono

A luz, era somente luz e nada mais. Foto: Renato Rizzaro

Semente da Amazônia nas Oficinas do Saber

Gabriela mostra a semente da Sapucaia (Lecythis pisonis) nas Oficinas do Saber. Foto: Renato Rizzaro.
“A Terra é uma bola quadrada que gira parada em torno de nada”. Quando vi o tapete e as crianças nos disseram que desta vez a Roda sairia quadrada lembrei desta quadrinha, declamada no Grupo Escolar Professor José Escobar, nos meus tempos de escola primária, no Bairro do Sacomã, em São Paulo. E, sobre o tapete resgatado na Comcap, momentos antes de virar aterro, aconteceu a mais nova Roda de Passarinho.

Nas mãos da Gabi um presente dos amigos Edson e Annelyse, de Alter do Chão: o fruto da Sapucaia (Lecythis pisonis). Artesãos transformam-na em pote ou abajur; suas castanhas são comidas cruas, cozidas ou assadas, tal qual as castanhas-do-pará e a árvore chega a 30 metros, com belas flores arroxeadas.

A Roda iniciou diferente, com o vídeo do Programa Terra da Gente produzido na Reserva. Novidade que a galerinha assistiu e curtiu; só depois fomos ao tapete.

Levamos duas Caixas de Aves, uma da Floresta Atlântica doada pelo SuperImperatriz e outra, com as Aves do Pantanal e algumas da Amazônia. Nem deu tempo de mostrar os posters, também doados pelo SuperImperatriz, que ficarão expostos nas salas das Oficinas do Saber
Logo após o playback das aves, a flauta de bambu ressoa na Roda. Silêncio.

A música fascina e a meninada tem vontade de aprender a fazer uma flauta igual, transversal. Faz parte da Roda ensina-los a gostar do improviso e dos instrumentos feitos em casa.


Nossa atividade de uma hora estendeu-se por quase quatro! Saímos das Oficinas do Saber satisfeitos por sentir que todos são bem cuidados por atenciosos professores e voluntários.

Assista ao video de encerramento desta Roda, clique aqui.

Gabi faz exercícios para "acordar" a galera ente uma e outra atividade. Foto: Renato Rizzaro.

Detalhes como o bico virado do passarinho são evidenciados na Roda. Foto: Gabriela Govanka.

Comparando e lendo nomes populares e científicos. Foto: Gabriela Giovanka.

Momentos antes da abertura da primeira Caixa de Aves. Foto: Gabriela Giovanka.

No pátio das Oficinas, depois de conhecerem a Tokynha por dentro. Foto: Renato Rizzaro.