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| Rio Abobral, uma das prinncipais artérias do Pantanal. | 
Sabe um daqueles sonhos que a gente gostaria de sonhar para sempre? O Pantanal é assim grande: deslumbrante, exuberante, fantástico, encantador. Frágil, é uma das maiores áreas inundáveis do mundo. Cercado de 
monoculturas e 
problemas, como o assoreamento de seus belíssimos rios. Assunto que está rolando por todos os cantos, é só pesquisar. 
Daqui há pouco teremos tempo pra contar dos passeios e amigos. 
Agora, a vivência com crianças e Círculos de Aves da Floresta Atlântica: festa no Pantanal!
Toyota-dois-em-um
Na primavera de 2011, preparamos a Casamóvel para caminhos pantaneiros incríveis.
O freio ter pifado em Bonito foi um aviso 
dos céus: revise sempre as pastilhas... E toca que o mundo é grande!
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| Walkiria e sua turma no Familia Legal, Bonito. | 
Na bagagem, fotos e guias da Reserva Rio das Furnas, 
Poster de Aves da Floresta Atlântica,
 uma flauta de bambu e a Caxola, que, assim como nós, esteve 
pela primeira vez no Mato Grosso do Sul e voltou destrambelhada, porém feliz.
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| Rapidinho viraram uma caixa do avesso e táva lá: o inesquecível Jacaré, encantado com a Caxola e tudo! | 
Pantanal: 656 espécies de aves, avistadas aos milhares
Patrimônio Natural e Reserva da Biosfera pela UNESCO, o Pantanal é uma 
planície sedimentar, com inundações periódicas, localizado no centro da 
América do Sul, com cerca de 147 km2, integrando a Bacia Hidrográfica do
 Alto Paraguai, que ocupa aproximadamente 500 mil km2 e é compartilhado 
pelo Brasil, Bolívia e Paraguai.
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| A sorridente Arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), ameaçada de extinção... | 
É considerado uma das vias mais importantes para as aves migratórias dos
 hemisférios Norte e Sul. Segundo dados da WWF World Wide Fund For 
Nature, o Pantanal possui 263 espécies de peixes, 122 espécies de 
mamíferos, 93 espécies de répteis, 1.132 espécies de borboletas e 656 
espécies de aves.
O mundo das Aves
Antonio Carlos Candido, Siro e 
Jô em Bonito; Seu Antonio Paraguay em Bodoquena; Fabiano da Pousada 
Aguapé em Passo do Lontra e o Élcio Pantaneiro, no Rio Abobral, nos guiaram por lugares emocionantes. Muita imagem na memória. Nossa ideia é circular pelo Continente das Aves
 e das Crianças. 
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| O simpático Tuiuiú (Jabiru mycteria), ave símbolo do Pantanal coroado de mutuca. | 
Está formada a de Rede de Amigos do Pantanal
Através da web conhecemos amigos que nos 
receberam com carinho. Nossas atividades com as crianças
 fluiram que foi uma beleza!
Os primeiros contatos foram com os biólogos e ornitólogos Daniel 
de Granville e Tietta Pivato, em Bonito. Nos 
encaminharam até o 
Instituto Familia Legal,
 coordenado pela Walkiria e uma equipe de professores que atendem 
dezenas de crianças de 6 até 15 anos no contra turno escolar, com 
atividades educacionais, culturais e esportivas, além de jovens e 
adultos em projetos de qualificação profissional e de geração de renda.
O Instituto Familia Legal está na reta final do grande prêmio 
Itaú-Unicef.
 Vamos torcer para que consigam ganhar, pois o trabalho deles é 
imprescindível para o futuro de Bonito.
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| Siro e Jô tratam de recuperar um casal de araras-canindé (Ara ararauna) | 
Conhecemos um dos fundadores da 
SPVS Ronald Rosa que dirige a 
Brazil Bonito, ONG que desenvolve ações com escolas e moradores de Bonito: Educação Ambiental, Papel Reciclado, Artesanato. 
Ponto de Cultura.
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| Tucanuçu, onça, tamaduá: mimos costurados à mão. | 
Edson Endrigo deu a pista para o 
Buraco das Araras e 
Pousada Aguapé. Renato Grimm - que esteve no Pantanal um pouco antes - falou dos atalhos, estradas e desvios. João de Deus, Miriam e Wigold 
Prochnow, enviaram 
contatos na Serra da Bodoquena.
Na Serra da Bodoquena
Depois de Bonito, rumamos para Bodoquena no dia 29 de setembro, onde 
fomos recebidos pela Dona Edir (dica do Siro Sirgado e da Joelma Vargas -
 
Abaetecotur e Casa das Araras) que nos encaminhou ao 
Projeto Aroeira, onde nossas aves circularam entre crianças animadas que foram convocadas de última hora, numa tarde ensolarada.
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| Alunos de Bodoquena com Luciana, coordenadora do Projeto Aroeira | 
Neste local, voluntários oferecem cursos para adolescentes e mulheres. Vimos uma porção de taboas secando para a confecção de bolsa, tapete, aparador de panela... 
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| Dona Edir, arte Kadiweu e Luciana | 
Moinho Cultural em Corumbá
Ficamos hospedados no Moinho Cultural
, a convite de Viviane Fonseca Moreira, Bióloga e Gestora do Setor de Meio Ambiente do  
Instituto Homem Pantaneiro.
Num antigo moinho no Porto Geral de 
Corumbá, recuperado e transformado em Ponto de Cultura, fizemos nossa Roda de Passarinho entre ensaios de bailarinos.
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| Bailarinos no Moinho Cultural  | 
Escola Jatobazinho
A aventura final aconteceu no rio Paraguai, onde subimos quase 100km de barco, a convite do Instituto Homem Pantaneiro e do 
Acaia Pantanal, um toque do Daniel de Granville.
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| Roda de Passarinho no pomar da Jatobazinho. Mais alémmm! | 
Tivemos sorte, pois nossa visita coincidiu com a volta às aulas. Muitas rabetas enconstaram no porto do Jatobazinho com famílias inteiras trazendo seus filhos para a escola. Ares de despedida, rever amigos de sala, de quarto, professores amigos, merendeiras, toda uma equipe preparada para mais uma jornada de aulas.
Também ouvimos histórias e depoimentos intensos de ribeirinhos e moradores da região do Payaguás, que nos confessaram estarem preocupados com o assoreamento deste rio e com a invasão de jacarés e a morte lenta de árvores que necessitam do ciclo das águas que foi interrompido há anos justamente por conta do tal assoreamento.
Poucos são os que tem acesso ao estudo, pois Corumbá pode estar até a 3 dias de barco de suas casas, o que inviabiliza o aprendizado. Seu Ruivaldo Nery de Andrade é um dos poucos que conseguiu completar o segundo grau. Poderia ter seguido o estudo mas preferiu cuidar da Fazenda Mutum, agora na terceira geração. "Não saí daqui porque apareceu a Escola Jatobazinho, senão teria ido embora para dar estudos aos meus filhos", nos disse o Seu Ruivaldo.
É dele a preocupação com o fim do Pantanal: "Fazem muito anos, acredito que cinco, que as águas permanecem a 5 centimetros do solo seco. Isso provoca uma modificação muito forte no ambiente, porque as árvores nativas deixam suas sementes cair para que, na época da seca brotem, mas com água por cima isso fica inviável. Outra coisa é a procriação de jacarés. Como vivem tanto no seco quanto no molhado e com a caça proibida, há uma invasão de jacarés, o que também modifica tudo ao redor."
Escola Jatobazinho
Em 2006, com o objetivo de criar uma área de preservação ambiental no 
entorno da lagoa Baía Vermelha, em Corumbá, Teresa Cristina Ralston 
Bracher adquiriu as áreas das fazendas das margens. Mas percebeu que 
muito mais poderia ser feito para o desenvolvimento socioambiental da 
comunidade do entorno. Em 2009, inciaram-se as atividades da Escola Jatobazinho em parceria com a Secretaria de Educação do Município de Corumbá.
Com o apoio da OGX, do grupo EBX, foram realizadas reforma e adequação 
das instalações da antiga pousada e com o apoio da Participações Morro 
Vermelho, foi financiado o projeto pedagógico. A assessoria pedagógica 
desenvolvida inicialmente pelo Instituto Singularidades passou, a partir
 de setembro de 2009, contar com o programa Educa+Ação da Fundação 
Bradesco. 
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| Pais, alunos, professores, colaboradores e visitantes na Jatobazinho: belo e raro momento.  | 
A Escola Jatobazinho oferece classes de aceleração do Ensino Fundamental
 do 1º ao 5º ano. Também em 2009, o Acaia 
Pantanal elegeu um representante no CMDCA – Conselho Municipal dos 
Direitos da Criança e do Adolescente de Corumbá, início de sua atuação 
para o fortalecimento de políticas públicas para a criança e o 
adolescente, ampliado depois na atividade Relações com a Comunidade, que
 inclui ações de saúde e cidadania e apoio socioeducativo a ex-alunos.
Hoje, a escola funciona em sistema de internação e dá assistência 
completa para 39 crianças, sendo que a maioria não teria outra opção de 
estudo, pois alguns moram a dois dias de viagem rio Paraguai acima.
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| De rabeta pelo rio Paraguai. Até dois dias para chegar à Jatobazinho | 
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Abaixo, matéria publicada por Patrícia Zerlotti - Fundação Neotrópica do Brasil
Observadores Mirins demonstram conhecimentos sobre aves
Os alunos do 
Instituto Família Legal
 de Bonito, MS, surpreenderam o casal Gabriela e Renato Rizzaro durante 
uma atividade de educação ambiental, ligada a observação de aves, 
realizada no dia 26 de setembro.
No exercício, cada criança recebeu uma foto de uma ave e depois, juntos,
 eles verificavam qual a percepção da criança em relação as 
características da ave.
O casal ficou surpreso com a reação das crianças. Segundo eles, os 
alunos do Instituto responderam de forma excepcional à atividade, 
demonstrando grande interesse pelo tema, identificando alguns dos 
pássaros e até arriscando dizer o que eles comiam com base nas 
características do bico.
Gabriela e Renato são proprietários e administradores da 
Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Rio das Furnas,
 localizada em Santa Catarina. Eles possuem experiência em trabalhar com
 crianças, desenvolvem várias atividades de educação ambiental, 
principalmente, ligadas a observação de aves.
Para Marja Milano, bióloga da 
Fundação Neotrópica
 do Brasil, a excelente participação das crianças na atividade só vem 
comprovar que o trabalho realizado pela equipe da organização através do
 curso "Observadores mirins de aves da Serra da Bodoquena", do projeto 
Ecologia e Conservação dos Psitácideos no Parque Nacional da Serra da 
Bodoquena, conseguiu atingir seu objetivo.
Este resultado também é “um grande estímulo para continuarmos o trabalho
 em 2011 e 2012”, ressalta Marja. As ações de sensibilização e educação 
ambiental com os alunos do Instituto Família Legal terão continuidade 
através do projeto apoiado pelo 
Instituto Oi Futuro, em parceria com a Fundação Neotrópica.