30 março 2012

Escuta o Passarinho!





De olhos bem fechados os alunos da Escola de Picadas prestavam muita atenção aos 13 cantos. Depois de algumas dicas adivinhavam a qual das aves pertencia aquela voz. O minúsculo auto-falante pedia silêncio, tal qual na floresta.

As fotos circulavam a vontade e os assuntos brotavam. Quando a Saracura cantou, por exemplo, foram unânimes: aí vem chuva! Daí, para comparar a ave com um barômetro foi um pulo; conecta-la com a umidade, a casinha-do-tempo (lembra?), banhados, lagoas e rios. Cada um teve o seu tempo.

Onomatopéia fez sucesso no Corocochó. Falou-se da forma do bico do Patinho, do rabo do Arapaçu, da mimetização da Feiticeira, do voo a jato do Martim-pescador, da sensibilidade dos fotófobos e da necessidade de se escutar o mato crescer. Escuta!

26 março 2012

Mais um presente do Projeto Piava

Mudas do Projeto Piava dão frutos saborosos. Photo Renato Rizzaro

A Feijoa (Feijoa sellowiana) é uma árvore de pequenas dimensões, de 1 a 7 metros de altura, originária das terras altas do sul do Brasil, Colombia, Uruguai e norte da Argentina.

O fruto parece uma goiaba de casca dura e verde, que não fica amarela quando "madura". Sua flor é de dar inveja a maracujá, creia! E a árvore é belíssima, cultivada como planta ornamental.

Cortada ao meio, a Goiaba-do-mato, também conhecida como Goiaba-serrana exala um aroma inebriante misto de limão, kiwi, morango e abacaxi.

Um dia, quando a internet evoluir, poderemos postar aromas e repartir este prazer.

Para saber mais, clique aqui e aqui


Fruto do Projeto Piava


A Reserva participou do Projeto Piava e recebeu milhares de mudas para incrementar a sua floresta nativa, entre elas, o Araçá-roxo (Myrtacea - Psidium Myrtoides), uma delicia!

Cigarra - Fulgorideo - Phenax variegata


Este é um membro da família Fulgoridae (Mosca-lanterna ou Besouro de amendoim), esta espécie é Phenax variegata. Não é fungo, mas a cera é produzida pelo próprio inseto e acredita-se ser utilizada para cobrir os ovos e protegendo-os de infecções (bactérias, etc). E, provavelmente, também produziu, em parte, para se livrar do excesso de açúcares que recebem de sugar o suco da planta.

O gênero mais conhecido Neotropical da família é o bug de amendoim (Fulgora sp.), Mais conhecido no Brasil como: Jitiranaboia (Brasil) ou como Machaca ou Vivora cuca (língua espanhola). (fonte: www.flickr.com/photos/mario_martins/3911227184/)

22 março 2012

Tom Butts filma a Reserva


Uma bela recordação do autêntico batman Tom Butts (pesquisador de morcegos nos EUA) em visita a Reserva, janeiro de 2005.
Passamos bons momentos juntos tomando banho de rio e aprendendo a falar e até sonhar em Inglês. Na época ele nos presenteou com um Guia de Aves e um binóculo que até hoje andam conosco pra tudo quanto é lado!
Nesta mesma época recebemos o novo equipamento fotográfico e esta foi uma das primeiras fotos com a nova canon EOS 20D e a lente 100mm 2.8.
A Reserva começava a ser fotografada de tudo quanto é jeito. Até então era tudo na base de slide com a Canon EOS RT, alguém lembra disso?
É um dos fundadores da Ecovila Cunha, com nossos amigos Zaida e Denis.

07 março 2012

Ponte de Formiga

Detalhe da ponte formada unicamente de formigas - Photo Renato Rizzaro
Fiquei absolutamente surpreso ao reparar que as formigas atravessavam o rio das furnas por um pequeno local onde sempre construimos uma passagem com pedras, pois a correnteza é muito forte e carrega as pedras que pacientemente arrumamos a cada chuva.

A surpresa maior foi verificar que em certos trechos onde não havia como atravessar pelo rio, as formigas construiam pontes de formigas, quer dizer, utilizando seus próprios corpos, segurando-se umas às outras para que a travessia não fosse interrompida.

Claro, fui até em casa, peguei tripé e voltei o mais rápido possível e fiz algumas fotos e filmes, porém as formigas já estavam no final e acabaram por desmanchar as pontes e finalizaram a travessia. De casa até o local demorou pra chegar... Se eu estivesse equipado na hora, mas eu estava apenas preparado para fotografar aves e outros animais, com uma lente 100/400mm e sem tripé. Quem sabe consigo ver outra ponte e aí, fazer imagens melhores. Mas já valeu o registro.

Formigas

As formigas estão incluídas em uma única família (Formicidae), sendo que existiam 12.351 espécies descritas, distribuídas por todas as regiões do planeta, exceto nas regiões polares. De acordo com Ted R. Schultz, em "In search of ant ancestors", as formigas são indiscutivelmente o gênero animal de maior sucesso na história terrestre constituindo 15 à 20% de toda a biomassa terrestre. 

Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico.

Para saber mais: Dom Escobar e Antweb
 
Pontes feitas com as próprias formigas que atravessam o rio das Furnas

Leopardus tigrinus fotografado na Reserva

Felidae - Leopardus tigrinus  Gato-do-mato-pequeno  Oncilla  - Photo  Renato Rizzaro

Alguma coisa me puxou para debaixo do Tarumã. Subi a trilha calmamente e fiquei por ali, um bom tempo, a observar o pouco movimento da tardinha. De repente um vulto cruza a trilha a três passos dali. Felino!!! Ah, sim, a câmera estava engatilhada e tirei a primeira chapa que pegou um movimento, pedaço da traseira, rabicho. O pequeno percebeu o estranho e meteu-se na floresta, absoluto.

Ai, lá se foi, pensei. Mas não, estava tão curioso para saber de onde partira aquele clic, quanto eu para saber de quem seria o esgueiro. Então, apareceu o brilho nos olhos! Nem deu tempo de acertar ISO, velocidade e o tal do foco que esbarrou em galhos, desviou de folhas, atravessou troncos e parou em Cheshire.
O meu gato nem deixou pista; importa o caminho?

É o menor felino do Brasil com 60 a 85cm e 1,5 a 3,5kg. Patas pequenas, proporcionais ao tamanho do corpo. Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN pelo comércio de peles, abate, supressão de ambiente e atropelamentos, além do que tem baixo sucesso reprodutivo, raramente observado e pouco estudado.

Aparentemente é comum em remanescentes florestais do Sul do Brasil, podendo transitar com relativa frequencia em áreas de reflorestamento com espécies exóticas, plantios e áreas afetadas pelo desmatamento e pelo fogo.

Noturno e solitário, alimenta-se de roedores, marsupiais, aves e répteis. Ocorre na Argentina, Bolivia, Brasil, Colombia, Costa Rica, Equador, Guianas, Panama, Paraguay, Peru, Suriname e Venezuela.

Fontes:  Plano de Manejo da Reserva Rio das Furnas -  HMW-Lynx Edytions